15 de novembro de 2013

Ciúmes entre irmãos, o que fazer?

A chegada de mais um membro à família pode deixar a criança insegura e com ciúmes. O mundo que era só dela, agora passa a ser dividido com um “intruso”, principalmente em relação à atenção dos pais. Nesta situação é comum se sentir excluído, sentimento de raiva/medo pela perda do posto de "rei da casa" e ao mesmo tempo o desejo de ser amigo do irmão. 
Engana-se quem acha que o ciúmes ocorre somente no irmão mais velho, o mesmo pode ocorrer no irmão mais novo. Há de se ter cuidado para que nenhum dos filhos desenvolva uma baixa auto-estima.
Muitos pais utilizam como estratégia, dizer ao filho que o ciúme é feio, que os irmãos devem ser companheiros, brincar juntos, ser amigo.  No entanto, esquecem que para a criança eles estão dividindo, o amor da mãe, do pai, a casa, às vezes o quarto, os brinquedos e até a atenção dos parentes.
A demonstração do ciúme pode variar de criança para criança. Algumas condutas costumam mostrar que a criança está com ciúmes: ficam desobedientes com choros e birras, nervosas e agressivas, regridem no comportamento, perde o controle do xixi e do cocô, dentre outros. Tudo isso para chamar a atenção dos pais, principalmente da mãe.
O que tem que se entender é que o ciúmes é uma reação normal, e a melhor forma de se resolver é com muito diálogo, paciência e compreensão.
O ciúme poderá não ocorrer logo com a chegada do bebê a casa, mas sim quando o irmão mais novo já é maior e começa a ser mais interativo ou quando começa a tirar os jogos do irmão mais velho. Ocorre também quando o irmão mais novo vê o mais velho como um rival que consegue fazer tudo, é elogiado pelos pais e goza de certos privilégios que a ele são negados.
Alguns atos evitados podem ajudar a não gerar o ciúme, tais como: não incentivar à competição excessiva entre os irmãos, não deixar que ele desenvolva sua própria autonomia, não criticar severamente ou ridicularizar a criança, pois estes atos podem gerar além do ciúmes, insegurança.
Mas o ciúme não é tão ruim como se pensa. A chegada do irmão irá criar limites para o mais velho que aprenderá a viver em sociedade e desenvolverá de forma positiva o seu relacionamento afetivo e social.
Para que o ciúme não se torne um sofrimento para a criança mais velha, a vinda do irmão tem que ser esclarecida desde o começo da gravidez, explicando que o bebê que vai chegar precisará no início de mais cuidados, assim como aconteceu com ele quando era pequeno. Deve deixar claro que mais tarde o irmão poderá brincar com ele, e que agora ele pode ajudar a cuidar do maninho (a).
É importante que os pais não esqueçam daquele que, até o momento, ocupava todos os espaços. É fundamental elevar a auto-estima da criança, potencializar as suas qualidades e as vantagens de ser o mais velho. Atribuir-lhe responsabilidades sobre o irmão também ajuda na integração, já que a criança sente-se útil.
Assim que a criança se sentir segura do amor dos pais, valorizada e integrada no novo ambiente familiar, o ciúme diminuirá e a aceitação do irmão será natural. Os pais têm que demonstrar interesse pelas atitudes dos filhos. O diálogo é a melhor maneira de fazer a criança manifestar e entender as suas emoções, sentindo-se amada e respeitada tanto pelos pais quanto pelo irmão.
É necessário mostrar a cada filho que existe amor suficiente dos pais para cada um, através de uma boa conversa. “Os pais podem dizer que entendem como o filho está se sentindo com a chegada de um outro irmão. Podem mostrar à criança que, apesar de ter havido uma diminuição na atenção, o ciúme é aceito e não é uma coisa feia”, orienta Gibsi Rocha – psiquiatra infantil.
Uma dica é a mãe e o pai fazer um horário para cada um dos filhos individualmente e depois no conjunto, pois no individual a criança experimenta a sensação de ter a mãe ou o pai inteirinho para ele, o que faz com que a relação fique mais forte e positiva.
É válido lembrar que cada criança é única e os pais deverão adequar a cada filho e à sua personalidade a orientação que considerar melhor, pois eles são os que melhor conhece os seus filhos.
Fonte: www.cuidarcrianca.com/ Imagens: Dreamstime.com 


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